quinta-feira, 9 de julho de 2009

Eu juro que não sabia (ou o poder da autoenganação)

Sabem, o processo de escrever um post no boteco é algo um tanto quanto aleatório, no começo antes de começar a escrever essas linhas duas notícias me chamaram a atenção. Essa e principalmente essa e sua continuação espiritual que é essa. Olhando os comentários (não todos) deixados principalmente nos dois últimos tópicos me fez reconsiderar o intuito original do menu de hoje aqui na bodega.

Como sempre mudando de assunto do óbvio para impensável também não vou falar da consequência óbvia da leitura dos dois últimos links que eu mandei (e essa consequência óbvia, para aqueles que não a tiveram, é sobre o seu o nosso jeitinho) falarei de uma relação (talvez não proposital até) dele com um sentimento de autoenganação da alegada ingenuidade ou até mesmo inocência que a maioria das pessoas que mergulham de cabeça num negócio duvidoso alegam. É claro sempre tem aqueles que farejam maracutaia e mesmo assim vão e aqueles que são legitimamente enganados, mas tal que as pontas de uma gaussiana esse pessoal é minoria, o miolo é bem mais, digamos, digno de pena.

Resumindo os links que eu já disse em uma frase: Ao que tudo indica um cara conseguiu o número de alguns cartões de crédito americanos, esperto que só ele este supostamente bola o seguinte esquema: Faz um anúncio no mercado livre oferencendo créditos para uma loja virtual a valores abaixo do mercado, por exemplo $50=R$50. No começo o povo desconfiou, depois do boi de piranha ter passado pelo riacho intacto a massa avançou sem dó no "impérdivel" promoção. E no começo tudo foi bom. Mas agora a merda subiu. E quem comprou se dividiu em quem não admite a merda, quem admite a merda e quem se fez (ou não) de desintendido.

Os desentendidos clamam que foram enganados e que legitimamente comprar um produto acreditando na boa fé do vendedor. Bem eu poderia parar de falar deles apenas falando que muitas pessoas usaram o argumento que se alguém pode baixar um mp3 porque ele não pode comprar algo com preços ligeiramente impráticáveis.
Mas infelizmente se eu parasse ai o post iria ser curto demais e não irira esgotar a paciência de meus leitores, em suma, ele não teria graça.
O que me espanta e o fervor que esses caras tem em se afirmar inocentes no negócio, e tenho de relatar que pelo que eles escrevem eles realmente acreditam nessa inocência. Isso é uma discussão de algo muito mais básico que o jeitinho.
Convenhemos quando eu o uso eu sei muito bem que estou fazendo algo no mínimo não usual, eu sei que podem haver consequências inesperadas e estou preparado para redmilias caso seja nescessário (bem eu tento fazer isso na maioria das vezes).
Esse pessoal além de não admitir que tinha noção de que algo estava errado ainda quer se fazer de lesado (não que elas não tenham sido (pelo menos nos termos legais de uma transação)) e quer buscar seus direitos. O que é grave. Me faz pensar que a linha deles está mais para uma faixa (o que não vou julgar errado já que minha linha de certa forma também é uma faixa) é que eles perderam o senso de que uma empresa é uma instituição que participa da sociedade. Estou dizendo que eles realmente acham que o direito de uma pessoa é superior a de uma empresa (sei que parece uma volta grande mas de alguma forma esse pensamento tem algum sentido para mim) e que esta tem de ficar alheia a acontecimentos externos que tenham relação com ela (como um anúncio errado ou trambique na hora de colocar créditos virtuias) e esse tipo de pensamento é preucupante de certa forma. Mas voltando. O que eu acho revoltante também é a forma que essas pessoas classificam o que fizeram. Comparando a possivel fraude do cara com download de mp3's do ponto de vista que uma pessoa que assiste seu seriado favorito por meios duvidosos não pode duvidar da legitimidade de uma pessoa que vende um produto abaixo do valor de mercado (cometendo fraude nessa venda). Realmente tenho de ler mais a opinião dessas pessoas, de certa forma fiquei curioso.
Engraçado lembrei de um amigo meu me chamando de trouxa por comprar jogos originais.

E o pior de tudo. Pelo que eu li do primeiro link que eu postei isso não é pensado só por aqui.

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